O jornal
moçambicano Savana noticiou na sua última edição que “Mocímboa cai com
apoio da força ruandesa” e escreveu que foi “chegar, ver e vencer”, o que
traduz um enorme elogio à acção das forças ruandesas que se encontram no norte
de Moçambique para combater as forças insurgentes que, inspiradas ou
manipuladas pelo Estado Islâmico, se têm revelado desde 2017 no distrito
moçambicano de Cabo Delgado.
A acção destas
forças insurgentes tem aumentado e, nos primeiros meses do corrente ano, foram atacadas
algumas povoações e ocupadas as vilas costeiras de Mocímboa da Praia e de
Palma. A construção do complexo industrial da ponta Afungi foi suspensa, os
trabalhadores estrangeiros retiraram-se e a comunidade internacional começou a
pôr em causa a capacidade das autoridades moçambicanas para combater a
insurgência islâmica. Mais de 700 mil deslocados e quase três mil mortos é o
balanço que tem sido apresentado sobre as consequências das acções que o
governo moçambicano classifica como terroristas.
Entretanto, os dezasseis países da Southern African
Development Community (SADC) ou Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral, decidiram constituir uma força
conjunta para ajudar Moçambique, mas nessa altura já havia em Cabo Delgado um contingente de mil militares e polícias do Ruanda
para a luta contra os grupos armados, no quadro de um acordo bilateral
existente entre o governo moçambicano e as autoridades ruandesas.
Essas forças ruandesas reivindicaram na semana passada o seu primeiro sucesso, dizendo que ajudaram o exército de Moçambique a recuperar o controlo de Awasse - um pequeno mas estratégico posto militar situado perto de Mocímboa da Praia. Agora anunciaram que Mocímboa da Praia “foi capturada pelas forças de segurança do Ruanda e Moçambique”. A rapidez e a eficiência da acção ruandesa vieram dar ânimo às autoridades moçambicanas e mostrar que, apesar de todas as dificuldades, a insurgência pode ser dominada.
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