quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Qatar 2022: don’t cry for me Argentina

Estão disputados os primeiros oito dos sessenta e quatro jogos do Mundial do Qatar e a primeira grande surpresa já aconteceu com a derrota da Argentina perante a Arábia Saudita. Em termos de lógica futebolística esse resultado era impensável e a imprensa argentina, mas também a de alguns outros países, relatou esse inesperado resultado de uma equipa que aspirava chegar à final (e pode continuar a aspirar). 
“De la euforia a la decepción” é o título mais comum da imprensa argentina e o suplemento desportivo El Hincha que se publica na cidade de Rosário, curiosamente a cidade natal do ídolo Leonel Messi, mas também do revolucionário Ernesto “Che” Guevara, publicou a fotografia de um Messi derrotado, triste e cabisbaixo, tendo escolhido como título a frase “Desilusión total”. Um jornal inglês destacou essa mesma notícia e escolheu como título “cry for me Argentina”, numa alusão à famosa canção de Andrew Lloyd Webber e Tim Rice do musical “Evita”. As televisões mostraram as imagens da desilusão argentina e da euforia saudita e essa foi a única surpresa que aconteceu até agora no Qatar, porque todos os outros resultados eram esperados. Porém, uma derrota num jogo de futebol não pode ser motivo para que a nação argentina chore…
Nos dias de chuva e de algum frio que temos suportado, os adeptos do futebol, enquanto arte e espectáculo, estão em festa com as transmissões televisivas, embora todos continuemos a ser incomodados com as longas lengalengas dos comentadores e com o facto dos canais televisivos se terem esquecido que há mais notícias para além do futebol, ao mesmo tempo que passam de forma sublimar, a mensagem enganadora e mentirosa, de que o futebol é a coisa mais importante do mundo.

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