Estão disputados
os primeiros oito dos sessenta e quatro jogos do Mundial do Qatar e a primeira
grande surpresa já aconteceu com a derrota da Argentina perante a Arábia
Saudita. Em termos de lógica futebolística esse resultado era impensável e a
imprensa argentina, mas também a de alguns outros países, relatou esse
inesperado resultado de uma equipa que aspirava chegar à final (e pode
continuar a aspirar).
“De la euforia a la decepción” é o título mais comum da
imprensa argentina e o suplemento desportivo El Hincha que se publica
na cidade de Rosário, curiosamente a cidade natal do ídolo Leonel Messi, mas
também do revolucionário Ernesto “Che” Guevara, publicou a fotografia de um
Messi derrotado, triste e cabisbaixo, tendo escolhido como título a frase “Desilusión
total”. Um jornal inglês destacou essa mesma notícia e escolheu como título
“cry for me Argentina”, numa alusão à famosa canção de Andrew Lloyd Webber e
Tim Rice do musical “Evita”. As televisões mostraram as imagens da desilusão
argentina e da euforia saudita e essa foi a única surpresa que aconteceu até
agora no Qatar, porque todos os outros resultados eram esperados. Porém, uma
derrota num jogo de futebol não pode ser motivo para que a nação argentina chore…
Nos dias de chuva
e de algum frio que temos suportado, os adeptos do futebol, enquanto arte e
espectáculo, estão em festa com as transmissões televisivas, embora todos continuemos
a ser incomodados com as longas lengalengas dos comentadores e com o facto dos
canais televisivos se terem esquecido que há mais notícias para além do futebol,
ao mesmo tempo que passam de forma sublimar, a mensagem enganadora e mentirosa,
de que o futebol é a coisa mais importante do mundo.
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