Na semana que
hoje termina a França tem estado em ebulição social com protestos e greves que
contestam o projecto de lei apresentado pelo governo que prevê aumentar a idade
legal de reforma, gradualmente até 2030, dos actuais 62 anos até atingir os 64
anos. Esta semana foi decretada uma greve geral, subiu o tom dos protestos,
houve distúrbios em várias cidades, fecharam escolas, os transportes públicos
paralisaram e houve muitas prisões. O Senado já aprovou a intenção do governo,
pelo que a contestação continua nas ruas, o que tem sido mostrado nas
televisões.
Na passada
sexta-feira o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak (42 anos de idade e 1,70 m
de altura) atravessou o canal e foi encontrar-se em Paris com o presidente
francês Emmanuel Macron (45 anos e 1,73 m de altura). Desde 2018 que os dois
vizinhos não se reuniam numa cimeira franco-britânica e daí a importância deste
encontro em que trataram de assuntos de interesse comum, sobretudo a contenção
de migrantes que procuram atravessar o canal da Mancha, mas também o
fortalecimento de laços militares e, naturalmente, da questão ucraniana que
tanto dinheiro lhes custa.
Porém, nas suas
edições de hoje, um grande número de jornais franceses não trata das greves,
nem dos protestos, nem dos distúrbios, nem da visita de Rishi Sunak. Quase
sempre com a palavra historique em grande evidência,
muitos jornais franceses destacam a vitória da selecção francesa de rugby sobre
a Inglaterra por 53-10, a maior de sempre entre as duas selecções rivais. Essa
vitória foi obtida no “santuário” de Twickenham, no sudoeste de Londres, que é
o segundo maior estádio do Reino Unido e o maior estádio exclusivo da prática
do rugby, onde tomam assento 82 mil espectadores.
Um simples jogo
de rugby fez esquecer tudo o resto, incluindo o protesto e a política. É o chauvinismo francês em toda a sua
extensão. E nós que às vezes pensamos que somos uns exagerados...
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