A edição de ontem
do The
Wall Street Journal destaca, com uma fotografia na sua primeira página,
a longa e pacífica marcha que está a atravessar o México em direcção à
fronteira sul dos Estados Unidos.
A marcha começou
a formar-se na cidade mexicana de Tapachula no passado domingo, dia 24 de
Dezembro, sendo encabeçada por uma faixa na qual está escrito “Éxodo de la
Pobreza”, pois os responsáveis do grupo declaram que as pessoas apenas estão a
fugir da desumana pobreza em que vivem e pretendem chegar aos Estados Unidos, ou ao sonho americano, para aí trabalharem honestamente. Inicialmente seriam cerca de sete mil pessoas,
oriundas sobretudo do México, Venezuela e Cuba, mas a marcha integra pessoas de
todas as idades e de 24 nacionalidades, provenientes da América Central, da
América do Sul e das Caraíbas.
A pobreza é a
negação aos seres humanos de qualquer poder económico, social e político, sendo uma das
maiores catástrofes que afecta a humanidade. Por isso, foi proclamada como uma
violação dos direitos humanos, pois priva os seres humanos de recursos e da
satisfação das suas necessidades mais básicas nas esferas da saúde, educação,
habitação, acesso à água e saneamento.
Daí que, tal como
acontece na Europa, também os Estados Unidos exista uma “fuga da pobreza” e um
intenso movimento migratório de sul para norte, em direcção à cidade
californiana de San Diego e às cidades texanas de El Paso e Eagle Pass. Segundo
a BBC, “desde o início do ano, mais de dois milhões de migrantes foram detidos
na fronteira entre o México e os Estados Unidos, um número recorde”. Em
Setembro deste ano mais de 200 mil migrantes foram detidos nessa fronteira, mas
em Novembro terão sido 242 mil. É neste mundo que não cala Netanyahu, nem faz
calar as armas na Ucrânia, que há mais de mil milhões de seres humanos a viver
na pobreza…
Que os Homens de boa fé nunca percam a esperança de fazer alguma coisa para atenuar a pobreza e a desigualdade no mundo e contrariar os conflitos armados, fazendo o que lhes for possível desde o seu metro quadrado de influência até aos que o têm em milhões de metros quadrados, é o que humildemente desejo para o ano de 2024.
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