Depois de uma
caminhada de muitos meses, a corrida eleitoral americana entrou agora na sua
fase final com dois candidatos já oficializados pelos seus partidos que são, respectivamente,
Donald Trump, republicano e ex-presidente com 78 anos de idade, e Kamala Harris,
democrata e actual vice-presidente com 59 anos de idade.
O candidato
democrata começou por ser o actual presidente Joe Biden, que demorou a
reconhecer que estava diminuido física e cognitivamente. Tardou a passar o testemunho
a Kamala Harris, mas ao desânimo que assolava as hostes democratas, sucedeu um
novo alento na sua campanha, que gerou uma onda de euforia em torno da
nova candidata, a que uma revista francesa chamou a kamalamania.
Os americanos estão perante duas personalidades bem
diferentes e, como referiu um jornal belga, são “duas visões totalmente opostas
da América”. Como destacou, o jornal francês Le Parisien, na sua mais
recente edição, “rien n’est joué”, ou nada está decidido. A verdadeira luta
eleitoral vai agora começar e serão os temas internos – o emprego, a inflação,
a saúde, os impostos, os imigrantes e o controlo das fronteiras, entre outros –
que irão ser decisivos nas escolhas dos americanos. Porém, porque se trata da
nação mais poderosa do planeta, as eleições nos Estados Unidos interessam a
todo o mundo e, de forma especial, é sobre a política externa americana que todos
se interrogam.
Nesse domínio, os
republicanos e os democratas têm visões distintas, mas nem uns nem outros
parecem ter soluções para os conflitos em curso, pois não é credível afirmar
que se acaba com as guerras em 24 horas, mas também não é aceitável que tanta
bomba americana esteja a destruir o povo palestiniano, nem que as nove viagens de
Antony Blinken ao Médio Oriente não tenham chegado à paz ou à moderação de
Netanyahu.
Quanto a sondagens há-as para todos os gostos.
Conforme as notícias sobre as virtudes e defeitos de cada um, não tenho qualquer dúvida em quem votaria se fosse americano. Mas como o voto é secreto, não digo...
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