A partir de hoje
o Príncipe das Asturias tornou-se o Rei de Espanha com o nome de Filipe VI, sucedendo
a seu pai Juan Carlos I que esteve no trono durante 39 anos e que dele saiu,
exactamente no mesmo dia em que a Espanha também deixou de reinar no futebol
mundial. Os desafios do novo rei constitucional e Chefe de Estado são enormes,
porque a Espanha continua debaixo de uma crise económica e social gravíssima,
os movimentos independentistas estão muito vivos e a contestação ao regime
monárquico está a agitar-se nas ruas e nas redes sociais.
Um sou um
republicano moderado, isto é, não acredito que a República tenha todas as
virtudes do mundo, nem creio que a Monarquia seja o mais desprezível dos
sistemas políticos. Cada país ou cada comunidade escolhe o sistema que melhor
se ajuste às suas realidades culturais e económicas e, de uma forma mais geral,
ao seu projecto de sociedade, não sendo certo que a República Francesa seja
melhor do que a Monarquia Belga, nem que a Monarquia Sueca seja melhor do que a
República Finlandesa. A forma do poder é uma questão que tem um carácter simbólico,
que cada país resolve de maneira soberana como melhor entende.
Por razões de
ordem diversa que não serão aqui analisadas, a República Portuguesa tem
especiais relações históricas e institucionais com as Monarquias Espanhola e Inglesa,
olhando para o que se passa nos palácios da Zarzuela ou de Buckingham com um
interesse que vai para além da simples curiosidade. Assim, somos levados a
uma curiosa comparação entre Filipe,
Príncipe das Asturias (Espanha) que agora sobe ao trono com 46 anos de idade e
Carlos, Príncipe de Gales (Inglaterra) que, aos 65 anos de idade continua à
espera, havendo quem considere que nunca será Rei da Inglaterra. Numa altura em
que as monarquias estão cada vez mais fora de moda e já não são suficientemente
representativas nem exemplares, o novo Rei pode realmente representar
uma renovada esperança para a sobrevivência e para a unidade da própria Espanha... y viva España!
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