Os nossos
governantes andam muito desorientados e, perante as persistentes dificuldades
do nosso país e as suas más políticas, reagem com mentiras, trapalhadas e demasiadas desculpas de mau
pagador. A propaganda falhou e o insucesso é uma realidade. Depois da
monumental farsa que foi a história da saída
limpa e dos piores resultados eleitorais que os seus partidos obtiveram nas
recentes eleições, o desnorte dos governantes e dos seus mais fiéis seguidores
é completo e muito preocupante, enquanto o silêncio do homem do leme nos causa
muita apreensão. Já não há disfarces possíveis.
O caso do ataque
aos funcionários públicos é um exemplo de fanatismo e dava para rir se não fosse um assunto tão sério. Esta manhã os jornais anunciaram que o
governo recusava repor os subsídios de férias dos funcionários públicos, com
base nas declarações do ministro Maduro que ontem afirmou que, depois da decisão
do Tribunal Constitucional, aqueles que já tinham recebido o subsídio de férias
com cortes, não teriam direito a qualquer ajustamento. Aparentemente, o
ministro Maduro estava seguro do que dizia, tendo as suas declarações sido
apoiadas pelo irrevogável ministro Portas e por esse exemplo de boçalidade política que é
o deputado Montenegro. Porém, o ministro Guedes veio hoje desmentir o ministro Maduro e anunciar
que os funcionários públicos que já tivessem recebido a totalidade ou parte do
subsídio de férias com o corte que estava previsto, vão afinal receber o valor
em falta.
Demitiu-se o ministro Maduro por ter sido desautorizado? Não tem ponta de vergonha, nem tem coragem para isso. Significa, portanto, que
ninguém se entende no governo e que muitos de nós nunca sabemos quanto vamos
receber ao fim do mês. Esta gente não tem consideração nenhuma pelos
portugueses. A desconfiança é total. Antes tinham a desculpa do Pinto de Sousa e da troika, agora desculpam-se com o
Tribunal Constitucional. É demasiada mediocridade e muito amadorismo. É uma completa trapalhada. Andam com os passos trocados. A nau está meter água por todo o lado.
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