A vitoriosa campanha militar que tem sido conduzida pelas forças do Estado
Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) levou à proclamação de um califado que
abrange uma boa parte do território sírio e mais de um terço do território
iraquiano, onde se incluem as cidades de Falluja, Mossul e Tikrit, bem como algumas
das áreas-chave da produção petrolífera. As forças jihadistas aproximam-se agora de Bagdad e há crescentes
sinais de desintegração do Estado e das instituições iraquianas, a mostrar que a
intervenção americana no Iraque e o derrube de Sadam Hussein não trouxeram
estabilidade à região.
A situação começa a ser alarmante e é um complexo enigma,
segundo informa a edição de fim de semana do jornal Le Monde. O jornal
destaca que está constituída uma "estranha aliança" ou uma inesperada coligação entre o Irão, os Estados
Unidos e a Rússia para apoiar as autoridades iraquianas contra os jihadistas
radicais e os seus aliados sunitas, materializada em drones e conselheiros americanos, guardas da revolução iranianos e aviões e pilotos russos. Porém, ali ao lado, na guerra da Síria estes países estão
em posições opostas. Enquanto o Irão e a Rússia apoiam o regime de
Bashar al Assad, os Estados Unidos têm apoiado a oposição síria e, desta
estranha atitude ou desta americanice, resulta que o EIIL recebe armas,
dinheiro e apoio político americano no território sírio, enquanto do outro lado
da fronteira, no território iraquiano, é afrontada por conselheiros militares
americanos e por drones Predactor equipados
com mísseis Hellfire.
O que está para
acontecer no Iraque e na Síria, mas também em toda aquela região, é uma grande
interrogação, mas parecem não restar dúvidas de que a política externa
americana tem muitas responsabilidades, por acção ou omissão, naquilo que por lá
se passa. Muito por amor do petróleo...
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