Desde a campanha
eleitoral que em 2011 levou ao poder a actual maioria que me habituei a ouvir algumas
mentiras descaradas e, nesse campo, o nosso primeiro Passos é um verdadeiro
campeão. Foi ele que prometeu que não haveria aumento de impostos, nem cortes
de pensões. Foi ele que prometeu reduzir o défice público através do corte das
gorduras do Estado. Foi ele que garantiu não haver despedimentos na função
pública. Foi ele que disse estar preparado para governar com a troika e que sempre afirmou que iria para além das seus diktats. Foi ele e o seu governo que não fizeram a reforma do
Estado, que aumentaram a dívida pública, que empurraram mais de 300 mil
portugueses para a emigração, que aumentaram a pobreza e que minaram a
sociedade portuguesa com o desânimo, a incerteza e a insegurança. Os
portugueses temem cada vez mais o futuro, estão com índices de confiança muito
baixos e não sabem o que os espera o amanhã.
A encenação mentirosa desta gente já cansa e há cada vez menos paciência
para os ouvir, até porque as mentiras se repetem. Há dias um artigo publicado num
jornal de referência (Público de 30/10/2014) veio chamar-me a atenção para
uma faceta do nosso primeiro Passos que, por má interpretação da realidade
portuguesa ou por alucinação, tem repetidamente anunciado viragens, que não são mais do que promessas irrealistas e não
sustentadas de melhores tempos. Ainda mal tinha chegado a São Bento e já
anunciava que 2012 era um ano de viragem
económica para o país, mas poucos meses depois dizia que o ano da inversão ou
da viragem seria 2013. Como não houve
nada disso, passou a anunciar 2014 como o novo ano da viragem económica. Agora anunciou que “2015 é um momento de viragem
na recuperação do rendimento dos portugueses”.
O homem sonha com viragens e toma a núvem por Juno. Tornou-se um
sonhador que faz uma interpretação enviezada das estatísticas que lhe chegam às
mãos. É que as estatísticas só têm sentido quando são confrontadas com a realidade. Servem para tudo e, também, para cada coisa e para o seu contrário. Provavelmente, também é mal aconselhado pelos seus boys e, certamente, não é capaz de articular um discurso sem se
deixar enrolar pela marca da propaganda política. Eu não vejo sinais inequívocos
de viragem e bem gostava de os ver.
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