Na passada terça-feira à noite jogou-se em Praga a final do UEFA Under-21 Championship organizado
pela UEFA, em que se defrontaram as selecções de Portugal e da Suécia. A
partida terminou empatada mesmo depois do prolongamento, pelo que se recorreu à
marcação de grandes penalidades para apurar a equipa campeã europeia de futebol
para jovens com menos de 21 anos de idade. Ganhou a equipa sueca, pois marcou
quatro vezes, enquanto os portugueses só marcaram três vezes. Como tantas vezes
nos acontece no desporto, “morremos ao chegar à praia”. A selecção portuguesa
tinha brilhado e era a única que não tinha perdido nenhum jogo, era a equipa que
mais golos tinha marcado e a que menos golos sofrera. Deixara pelo caminho a Inglaterra,
a Itália e a Alemanha. Praticava um futebol artístico, maduro e consequente que
entusiasmava. As expectativas eram muito altas e a fome de êxitos
futebolísticos era grande em Portugal. Parecia ser a grande oportunidade, mas
não correu bem. O adversário não foi melhor, mas foi mais feliz. Tudo correu
bem, menos os pontapés de grande penalidade.
Há duas semanas tinha acontecido o
mesmo no FIFA U-20 World Cup New Zealand
2015, quando as grandes penalidades brasileiras nos afastaram das meias
finais. Habituado a este tipo de situações também no hóquei em patins e no
futebol de praia, o nosso público aceitou estes resultados com resignação. Com
base na prestação dos futebolistas no UEFA
Under-21 Championship, uma equipa de observadores técnicos da UEFA escolheu
a formação ideal do campeonato: um alemão, um inglês, um
dinamarquês, três suecos e cinco portugueses e, além disso, escolheu um
português como o melhor jogador do torneio. Uma pequena consolação. A Suécia delirou e os jogadores foram recebidos numa apoteose nunca vista naquelas terras. Todos os
principais jornais suecos destacaram a vitória da sua equipa como a grande
notícia do dia, ilustrando-a com fotografias a seis colunas nas suas primeiras páginas. Um
deles foi o Kvällsposten, que se publica
em Malmö. Imaginemos que o resultado tinha sido
diferente e imaginemos o que fariam os nossos jornais.
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