quinta-feira, 2 de julho de 2015

O nosso futebol morre ao chegar à praia

Na passada terça-feira à noite jogou-se em Praga a final do UEFA Under-21 Championship organizado pela UEFA, em que se defrontaram as selecções de Portugal e da Suécia. A partida terminou empatada mesmo depois do prolongamento, pelo que se recorreu à marcação de grandes penalidades para apurar a equipa campeã europeia de futebol para jovens com menos de 21 anos de idade. Ganhou a equipa sueca, pois marcou quatro vezes, enquanto os portugueses só marcaram três vezes. Como tantas vezes nos acontece no desporto, “morremos ao chegar à praia”. A selecção portuguesa tinha brilhado e era a única que não tinha perdido nenhum jogo, era a equipa que mais golos tinha marcado e a que menos golos sofrera. Deixara pelo caminho a Inglaterra, a Itália e a Alemanha. Praticava um futebol artístico, maduro e consequente que entusiasmava. As expectativas eram muito altas e a fome de êxitos futebolísticos era grande em Portugal. Parecia ser a grande oportunidade, mas não correu bem. O adversário não foi melhor, mas foi mais feliz. Tudo correu bem, menos os pontapés de grande penalidade.
Há duas semanas tinha acontecido o mesmo no FIFA U-20 World Cup New Zealand 2015, quando as grandes penalidades brasileiras nos afastaram das meias finais. Habituado a este tipo de situações também no hóquei em patins e no futebol de praia, o nosso público aceitou estes resultados com resignação. Com base na prestação dos futebolistas no UEFA Under-21 Championship, uma equipa de observadores técnicos da UEFA escolheu a formação ideal do campeonato: um alemão, um inglês, um dinamarquês, três suecos e cinco portugueses e, além disso, escolheu um português como o melhor jogador do torneio. Uma pequena consolação. A Suécia delirou e os jogadores foram recebidos numa apoteose nunca vista naquelas terras. Todos os principais jornais suecos destacaram a vitória da sua equipa como a grande notícia do dia, ilustrando-a com fotografias a seis colunas nas suas primeiras páginas. Um deles foi o Kvällsposten, que se publica em Malmö. Imaginemos que o resultado tinha sido diferente e imaginemos o que fariam os nossos jornais.

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