Há 41 anos, no
dia 11 de Novembro de 1975, nasceu a República de Angola depois de quase cinco
séculos de presença portuguesa no seu território. Nesse dia, também terminava
o império colonial português e o sonho que
alguns alimentaram de uma pátria repartida pelo mundo, quando o último
alto-comissário português em Angola, o Almirante Leonel Cardoso, procedeu ao
arriar da bandeira portuguesa do Palácio do Governo. Poucas horas depois, em
nome do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), o presidente Agostinho Neto proclamava
solenemente e em nome do povo angolano, “perante a África e o mundo a
independência de Angola”. No seu histórico discurso, Agostinho Neto deixou claro que "a nossa luta não foi nem
nunca será contra o povo português" e acrescentava que, "a partir de
agora, poderemos cimentar ligações fraternas entre dois povos que têm de comum
laços históricos, linguísticos e o mesmo objectivo: a liberdade". Nesse
mesmo dia, os partidos rivais da União Nacional para a Independência Total de
Angola (UNITA) de Jonas Savimvi e a Frente Nacional de Libertação de Angola
(FNLA) de Holden Roberto também proclamaram a independência, respectivamente no
Huambo e no Ambriz, embora só a proclamação do MPLA viesse a ser reconhecida
pela comunidade internacional.
Não foram fáceis
os tempos para a nova república, com continuadas e muito violentas guerras com os movimentos de
libertação rivais e os seus aliados, alguns bem poderosos, que só terminaram em
2002.
Desde então, a
República de Angola iniciou uma caminhada de desenvolvimento e de progresso, em
que muitos portugueses têm participado ao lado dos angolanos, ambos irmanados
por uma história e uma língua comuns. Embora as relações entre
Portugal e Angola nem sempre tenham sido as melhores, o facto é que hoje não há quaisquer
traumas entre os dois países e que os governos de Lisboa e de Luanda são
aliados nas grandes questões internacionais, como se viu na recente eleição do
novo secretário-geral das Nações Unidas.
Hoje é um dia de
festa para os angolanos, mas também para os portugueses.
Sem comentários:
Enviar um comentário