A América votou e
a vitória foi para o republicano Donald Trump, quando as sondagens pareciam
indicar que Hillary Clinton seria eleita como a primeira mulher a atingir a
presidência dos Estados Unidos. O populismo que tem crescido na Europa chegou
em força aos Estados Unidos e a maioria do eleitorado americano deixou-se
convencer, o que significa que a maior potência mundial também atravessa
dificuldades e que, lá como cá, o povo aspira a melhores condições de vida e
está farto das tutelas habituais e do domínio das garras do poder financeiro.
Durante a
campanha eleitoral Donald Trump conseguiu estabelecer uma relação directa com o
eleitorado, sem a mediação do seu próprio partido e usou uma linguagem
populista a despertar esperanças nos mais marginalizados da sociedade americana.
Porém, o seu discurso também assustou muita gente e a sua vitória foi
classificada por alguma imprensa internacional como um choque, uma tempestade
ou um salto no desconhecido e, até mesmo, numa ameaça à paz ou numa nova desordem
internacional. Contudo, muito do que agora se diz ainda são ondas de choque da
própria campanha eleitoral que serão amortecidas em poucas semanas ou dias.
Relativamente à
política internacional, será difícil que Trump faça pior do que fez a administração
Obama que, em vez de serenar a conflitualidade e a guerra iniciadas por George
W. Bush no Iraque, usou de uma enorme falta de senso e do seu enorme poder aéreo para alargar o
conflito à Síria, à Líbia e a outros países da região.
A imprensa de
todo o mundo destacou as eleições americanas como o grande acontecimento e colocou a fotografia de Donald Trump nas suas primeiras páginas. Porém, houve alguns jornais, como aconteceu com o britânico Daily Mirror, que usou a
envergonhada Estátua da Liberdade na capa da sua edição de hoje, aparentemente
arrependida pelo que os americanos fizeram. O bom humor é sempre saudável...
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