A
equipa de futebol do Benfica conquistou a Primeira Liga ou Liga NOS, no âmbito
das competições organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional e esse
facto gerou uma onda de grande alegria entre os benfiquistas. Foi a 36ª vez que
o clube triunfou na prova máxima do futebol português, o que supera as 27
vitórias do FC Porto e os 18 triunfos do Sporting, mas também foi a primeira
vez que a equipa conseguiu uma quarta vitória consecutiva ou tetracampeonato,
um feito que os seus principais rivais já tinham conseguido. O
Benfica é uma grande instituição desportiva com muitos milhares de adeptos em
todo o mundo que festejaram o êxito da sua equipa de futebol com grande
entusiasmo e a festa organizada na Praça Marquês de Pombal em Lisboa, que todas
as televisões portuguesas transmitiram em directo, foi simplesmente grandiosa.
Os festejos podiam ter acabado ali e acabavam muito bem.
Porém,
o autarca Fernando Medina decidiu homenagear a equipa campeã nacional de
futebol e exibi-la exactamente na mesma varanda onde José Relvas proclamou a
República no dia 5 de Outubro de 1910. Portanto, no plano simbólico, tivemos o
jogador Luisão equiparado a José Relvas e esta vitória do Benfica comparada à
implantação da República. É demais, num tempo em que futebol já não é um
desporto, mas sobretudo um negócio de jogadores e de acumulação de dívidas e de
dúvidas. Medina sabe isso, mas cedeu.
Se
fosse uma vitória de prestígio internacional talvez se justificasse esta
homenagem, mas não foi o caso. A iniciativa de Medina divide os lisboetas e
humilha os adeptos dos outros clubes da cidade. Medina abastardou aquela
varanda e quer repetir a festa brevemente, segundo disse. Medina é um
político inteligente e sensato, mas não resistiu à sua própria clubite, ao
populismo e à demagogia eleitoral. A operação que montou serviu a sua ambição
política, mas foi um tiro nos pés. Ao olhar para a Praça do Município cheia de
gente a vibrar, Medina deve ter pensado nos muitos votos que ali estavam. Que pena. Eu pensava que o Medina era o meu autarca e que não alinhava no populismo barato.
Concordo em absoluto contigo. Os nossos políticos, mesmo daqueles de quem não esperávamos, não resistem ao vale tudo para captar votos.
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