Na sua mais
recente edição a revista The Economist lança um oportuno aviso sobre os oceanos
e a sua sustentabilidade, recorrendo a uma expressiva ilustração na sua capa
que nos evoca os inúmeros impactos ambientais nocivos para a fauna marítima,
que têm conduzido muitos ecosistemas marinhos e costeiros em direcção ao
colapso.
O conteúdo da
revista é de grande interesse pedagógico pois alerta para os riscos que estão a
ameaçar os oceanos e, em certa medida, o futuro da Humanidade, escrevendo que
os oceanos sustentam o nosso planeta e a Humanidade, mas que a Humanidade
despreza os oceanos. De facto, convergem nos oceanos demasiados comportamentos
condenáveis como o despejo de resíduos sólidos poluentes e contaminantes produzidos
por algumas indústrias, a pesca excessiva ou predatória, a destruição de áreas
costeiras devido à especulação imobiliária e, ainda, os grandes acidentes
marítimos resultantes da indústria petrolífera.
O desenvolvimento
económico que à escala global se verificou no século XX, não tratou de proteger
os oceanos e, em meados desse século, já havia quem afirmasse que os oceanos
poderiam conter mais plástico do que peixe. Essa quase profecia não tem
qualquer fundamento científico, mas não há dúvida que os oceanos estão
ameaçados e que as alterações climáticas que se estão a verificar no planeta
estão relacionadas com as alterações que estão a ocorrer nos oceanos.
Os oceanos cobrem
quase três quartos do planeta e, para além do seu contributo para a regulação
climática, também asseguram a proteína alimentar de que necessitam muitos
milhões de pessoas.
As medidas para a
preservação dos oceanos são muito urgentes e têm que ser o resultado de
melhores comportamentos individuais e colectivos e, sobretudo, da acção dos
governos. Um importante passo dado nesse sentido foi o Acordo de Paris,
assinado em Abril de 2016 por 175 países, que determina o combate aos efeitos
das mudanças climáticas no meio ambiente para tornar o nosso planeta mais
sustentável. Foi um grande passo, embora tenhamos agora o Donald a bloquear o que antes foi acordado pelo Barack.
A edição do The
Economist presta um serviço a uma grande causa, o que já é pouco habitual nos
tempos que correm.
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