A viagem de
Donald Trump pelo Médio Oriente e pela Europa gerou alguma controvérsia, o que
já não é para admirar. A primeira aconteceu em Riade quando o Donald se atirou
ao Irão, cada vez mais normalizado pelas mãos do reeleito Hassan Rohani, ao mesmo tempo que era anunciada uma
gigantesca venda de armas à Arábia Saudita, alegadamente para combater o
terrorismo islâmico. É um caso em que o negócio ultrapassa todos os princípios,
porque a monarquia saudita tem sido acusada de financiar o Estado Islâmico e há
quem diga que o Estado Islâmico sempre existiu com o nome de Arábia Saudita.
Assim, em nome do negócio do armamento, o Donald tratou de apoiar a Arábia
Saudita, de dar uma ajuda indirecta ao Daesh e de aumentar a tensão naquela
zona.
Depois vieram a
visita ao Papa e as cimeiras da NATO e do G7. Em Bruxelas o Donald deixou
críticas aos países da NATO por não contribuirem o suficiente para as despesas militares
da organização, só faltando dizer que deveriam comprar mais material americano., isto é, o Donald olha para a NATO e para a Europa numa mera perspectiva empresarial de custo/benefício para os Estados Unidos.
Seguiu-se a reunião do G7 em Taormina, uma
localidade siciliana, onde estiveram "seis contra um", como escreveu a imprensa internacional, mas o Donald não
se comprometeu com a aplicação do Acordo de Paris sobre alterações climáticas.
Entretanto, em campanha eleitoral em Munique e com
uma caneca de cerveja na mão como mostra o diário La Razón, a chanceler Angela Merkel fez o balanço da
participação de Donald Trump nas duas referidas reuniões internacionais e afirmou
que “a
Europa não pode contar mais com os outros”, referindo-se à América de Donald
Trump e ao Reino Unido pós-Brexit, acrescentando que "nós, europeus, temos de agarrar as rédeas do
nosso próprio destino". "Comprovei isso nos últimos dias", disse a chanceler.
Esta declaração é, de certa, forma uma evidência.
Desde 1945 que os Estados Unidos se tornaram uma superpotência sem igual e o
Donald apenas está a procurar manter essa hegemonia militar, mas também
comercial. O homem quer é negócios. Hoje quer vender armamento, amanhã vai querer construir Trump Towers. Afinal, a ideia de que os Estados Unidos eram aliados da Europa
parece não ser muito verdadeira.
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