A votação ontem
realizada no Parlamento britânico serviu apenas para definir que não haverá
Brexit sem um acordo com a União Europeia e que é necessário renegociar alguns
pontos desse acordo, sobretudo em relação à fronteira entre a Irlanda do Norte
e a República da Irlanda.
Theresa May foi mandatada para voltar a Bruxelas, mas
depois de ter defendido o acordo antes alcançado e ter visto a sua rejeição no
Parlamento por uma diferença de 230 votos, não se vislumbra como poderá
convencer a União Europeia a reabrir negociações, sobretudo depois das
repetidas declarações dos seus líderes nacionais de que não era possível a
retoma de negociações e que se tratava de um assunto encerrado.
Theresa May foi
humilhada pelo seu Parlamento e agora terá de ir a Bruxelas para ser humilhada
uma vez mais. É um invulgar caso de teimosia que já ninguém compreende. A
história do Reino Unido e a sua primeira-ministra não podem dar ao mundo esta
imagem de decadência. Winston Churchill e Margaret Thatcher devem estar muito
incomodados.
A menos de dois
meses da anunciada saída da União Europeia, o problema está a complicar-se e
hoje é evidente que nem os eleitores britânicos, nem os partidos políticos e os
seus deputados, sabiam das consequências do que ia acontecer depois do
referendo do dia 23 de Junho de 2016.
A discussão que se arrasta há muitos meses entre uma
corrente que conserva o orgulho vitoriano e uma outra corrente moderna e
europeísta, já abalou o prestígio do Reino Unido, que está mesmo à beira de um
precipício. A partir de agora ninguém poderá fazer previsões porque, tanto o
melhor como o pior, podem acontecer.
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