quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

As sucessivas derrotas de Theresa May

A votação ontem realizada no Parlamento britânico serviu apenas para definir que não haverá Brexit sem um acordo com a União Europeia e que é necessário renegociar alguns pontos desse acordo, sobretudo em relação à fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.
Theresa May foi mandatada para voltar a Bruxelas, mas depois de ter defendido o acordo antes alcançado e ter visto a sua rejeição no Parlamento por uma diferença de 230 votos, não se vislumbra como poderá convencer a União Europeia a reabrir negociações, sobretudo depois das repetidas declarações dos seus líderes nacionais de que não era possível a retoma de negociações e que se tratava de um assunto encerrado.
Theresa May foi humilhada pelo seu Parlamento e agora terá de ir a Bruxelas para ser humilhada uma vez mais. É um invulgar caso de teimosia que já ninguém compreende. A história do Reino Unido e a sua primeira-ministra não podem dar ao mundo esta imagem de decadência. Winston Churchill e Margaret Thatcher devem estar muito incomodados.  
A menos de dois meses da anunciada saída da União Europeia, o problema está a complicar-se e hoje é evidente que nem os eleitores britânicos, nem os partidos políticos e os seus deputados, sabiam das consequências do que ia acontecer depois do referendo do dia 23 de Junho de 2016. A discussão que se arrasta há muitos meses entre uma corrente que conserva o orgulho vitoriano e uma outra corrente moderna e europeísta, já abalou o prestígio do Reino Unido, que está mesmo à beira de um precipício. A partir de agora ninguém poderá fazer previsões porque, tanto o melhor como o pior, podem acontecer.

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