A questão das
pensões, qualquer que seja a sua natureza, é sempre um assunto é muito delicado
e eu não sou um entendido nessas coisas. No entanto, não me oferece dúvida que
quem tem um emprego, que trabalha e que desconta uma parte do seu salário para
um fundo de pensões, tem direito a receber mais tarde uma pensão mensal
proporcional ao tempo que trabalhou e aos descontos que lhe foram feitos.
Porém, no caso dos políticos o assunto não pode ser visto da mesma maneira.
A carreira
política é uma função nobre e aqueles que a escolhem fazem uma opção pelo
serviço à causa pública ou pelo serviço à comunidade. Os políticos são um
produto da vida partidária e muitas vezes submetem-se a eleições, mas uma
eleição é diferente de um qualquer concurso empresarial para admissão de
empregados, em que os candidatos têm que apresentar currículos e prestar
provas. Por isso, a carreira política é temporária ou ocasional porque depende
das escolhas dos eleitores. Não é um emprego e não pode ser tratada como um
emprego.
Muitos políticos não
percebem o que é servir a causa pública e mantém as suas actividades privadas
em paralelo com as funções públicas, além de terem assegurados generosos
subsídios de reintegração quando abandonam a política e regressam à sociedade
civil. Portanto, o tempo que passam na política está protegido por esses
subsídios e não lhes deve dar direito a quaisquer outros direitos especiais.
Assim, as
subvenções vitalícias aos políticos não fazem sentido nenhum. Os políticos são
cidadãos como os outros e os seus direitos não podem ser diferentes dos outros.
Quando chegam à idade da reforma, têm direito a uma pensão mensal proporcional
ao tempo que trabalharam e aos descontos que lhe foram feitos, onde ou para
quem quer que fosse. Seis milhões de euros por ano, gastos com esta gente que,
provavelmente, nem precisa, é um desperdício de recursos e uma abusiva
utilização dos meus impostos. É mesmo imoral.
Concordo plenamente contigo. A tua argumentação é baseada na ética, valor que demasiadas vezes está arredado da prática corrente, quantas vezes daqueles que deviam ser para o comum dos cidadãos um exemplo a seguir!
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