Eu nunca tinha
ouvido falar no Jorge Fonseca e ontem fui surpreendido com a notícia de que se
tinha sagrado campeão do mundo de judo na classe -100 kg , ao vencer o russo
Niyaz Ilyasov. As televisões repetiram muitas vezes aquela notícia e anunciaram
que, pela primeira vez, um judoca português tinha sido campeão mundial.
Para quem, como
eu, pensava que o judo português era a Telma Monteiro e a sua sempre adiada
ascensão ao topo do mundo, foi muita surpresa mas também foi uma grande satisfação. O hino nacional
foi ouvido em Tóquio e foi muito emocionadamente cantado pelo Jorge Fonseca, que
nasceu em São Tomé e Príncipe, mas que veio para Lisboa há cerca de 15 anos. Disse
ele que ouvir o hino foi uma situação incrível e que esperava voltar a ouvi-lo
muitas vezes, o que é muito animador quando estamos a um ano dos Jogos Olímpicos
de Tóquio.
Poucos imaginam
os sacrifícios, as privações, o trabalho e a persistência que são exigidos na
preparação dos atletas de alta competição, mas o título de Jorge Fonseca
certamente que o compensa de tudo isso.
Os jornais
generalistas portugueses deram a notícia em primeira página, mas com muita
discrição, enquanto dois jornais desportivos esqueceram o futebol por um dia e perceberam a importância do feito
atlético do Jorge Fonseca, dedicando-lhe toda s sua primeira página. Aqui
fica, também, o meu aplauso porque, exceptuando os hoquistas, são muito raros os campeões do mundo portugueses.
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