Todos os jornais espanhóis, mas todos sem excepção, destacam hoje com
grandes fotografias de primeira página a conquista pela selecção de Espanha do
título de campeã mundial de basquetebol, o que é realmente um feito desportivo
notável.
De Madrid à Catalunha, da Cantábria à Andaluzia ou das Baleares às
Canárias, a imprensa publica a fotografia dos campeões que “conquistaram o mundo”
e dedica-lhes adjectivos como invencíveis, gigantes, gloriosos ou reis do
mundo. É uma notável unanimidade que “esquece” outros acontecimentos do momento
ou outras rivalidades que estão vivas, como o julgamento do procés catalão, o final de La Vuelta ou a gota fria que afectou o Levante ou, até, os desencontros entre Sanchez e Iglésias para formar ou não formar governo. Esta generalizada uniformidade
informativa revela a força do desporto, enquanto cimento que aglutina e reforça
a unidade nacional. Por um dia, não há catalães nem bascos, nem galegos ou castelhanos, mas apenas orgulhosos espanhóis.
Os sucessivos governos espanhóis, sobretudo depois da reinstauração da
Democracia e da criação das regiões autónomas, compreenderam que no meio das
diferenças históricas, culturais e linguísticas, o fenómeno desportivo seria um
elemento de coesão nacional, pelo que afectaram sempre generosas fatias
orçamentais à promoção da sua prática. Os resultados têm sido compensadores
porque a Espanha se tornou realmente numa potência desportiva mundial em
diversas modalidades e não apenas no basquetebol.
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