No dia 1 de
Outubro de 2017 realizou-se o referendo de independência da Catalunha,
conhecido na imprensa espanhola como o 1-O, que foi convocado pelo Governo Regional da Catalunha, mas
que foi considerado ilegal pelo Governo e pelo Tribunal
Constitucional de Espanha, com base num preceito da Constituição espanhola de
1978 que não permite qualquer votação relativa à independência de qualquer
região espanhola. Nesse referendo
que foi uma farsa não democrática pois apenas participaram 42% dos eleitores
inscritos, o independentismo teve 92% dos votos que ninguém controlou, mas que
os separatistas têm utilizado como bandeira.
Passaram-se dois
anos e, a propósito da passagem desse acontecimento, houve comemorações e o actual presidente Quim
Torra veio lembrar aquela data e recordar o espírito do 1-O, para
afrontar os desafios do futuro e “avanzar sin excusas
hacia la república catalana".
No mesmo dia também decorreu uma manifestação independentista
em que, segundo a Guardia Civil, participaram 18.000 pessoas, o que mostra
algum grau de desmobilização.
Porém, a vida política na Catalunha parece estar a aquecer. Acontece que a
sentença quanto ao chamado procés está
para ser anunciada e há quem espere pesadas penas para os dirigentes
independentistas, sobretudo os que estiveram mais ligados à preparação do
referendo ilegal e à declaração de independência unilateral de 27 de Outubro de
2017, que foi lida por Carles Puigdemont, o então presidente da Generalitat. As forças políticas
independentistas, sobretudo o Junts per Catalunya liderado por Carles
Puigdemont (actualmente exilado na Bélgica), a Esquerra Republicana Catalana presidida por Oriol Junqueras
(actualmente na prisão) e a CUP - Candidatura
d’Unitat Popular, já vieram divulgar um manifesto em que afirmam não
aceitar outra sentença que não seja a absolvição dos seus dirigentes e apelam desde já aos catalães para a
desobediência civil e para darem uma resposta massiva, mas sem violência, à
esperada decisão judicial.
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