A edição de hoje
do semanário francês Courrier international dedica a sua
primeira página a Portugal, com uma fotografia da ponte 25 de Abril e do Tejo a
toda a largura da capa e o título Portugal:
le nouvel eldorado.
O pretexto para
este destaque é a realização das eleições legislativas do próximo dia 6 de
Outubro, cuja campanha correu com bastante serenidade, até que nos últimos dias
se desviou para o insulto pela boca da gentinha do costume, que aproveitou uma
encenação feita por quem devia estar à margem da luta política, o que
lamentavelmente já não acontece pela
primeira vez.
Apesar do
semanário tecer comentários previsionais sobre os resultados das próximas
eleições, o que torna mais interessante a edição do semanário são as análises
que são feitas quanto à estabilidade do país num contexto europeu de alguma
instabilidade e em que as lideranças estão diminuídas. Diz o Courrier
que Portugal é um país ensolarado e com muita abertura aos outros, o que faz
dele um objecto de ganância e um eldorado
europeu para os estrangeiros. Numa Europa abalada por ondas de nacionalismos e muito
enfraquecida pela tormenta do Brexit, o país continua hermético ao populismo e
tornou-se um refúgio de estabilidade, constituindo “um laboratório em termos de
sociedade”, com políticas sociais inovadoras, uma forte aposta na sua dimensão
cultural, um bom relacionamento com as suas antigas colónias e que, além disso,
atrai turistas, expatriados, artistas e, cada vez mais, investidores que, para
além do imobiliário, se interessam cada vez mais por outros sectores
produtivos, desde o sector automóvel à exploração do lítio e da cannabis terapêutica.
Se esta edição
tivesse surgido duas semanas antes e com aqueles elogios todos, apesar deste semanário ter a credibilidade própria do grupo Le Monde, todos diriam que
estava ao lado do governo de António Costa na disputa eleitoral.
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