A situação financeira por que passa o nosso país, resulta de uma componente pública (Estado) e de uma componente privada (Famílias e Empresas) e é um processo que, ao contrário do que alguns pretendem fazer crer, está entre nós há muitos, muitos anos.
Não é fácil identificar, com seriedade, os graus de culpa e os verdadeiros culpados por tão complexa e persistente situação.
O Orçamento do Estado sempre teve grandes dotações para pagamento de juros e amortizações (do lado da despesa) e sempre recorreu a operações de financiamento (do lado da receita), pelo que este desequilíbrio não é novo. É endémico e é estrutural.
O que é novo é a dimensão do problema e a forma como, no contexto da crise financeira internacional, se agravou nos últimos anos.
O despesismo do Estado já vem de trás, mas agravou-se com o deslumbramento e as mordomias dos agentes dos Estado, com as reivindicações corporativas e sindicais, com o clientelismo politico-partidário, com a corrupção, com a generalização das cunhas e com as políticas de obras públicas, caras e não necessárias.
O despesismo e o endividamento das Famílias têm sido incentivados e alimentados pelos Bancos de uma forma insensata, ao prometerem crédito para tudo – a compra de casa ou da segunda casa, a compra do carro de sonho, as férias exóticas para pagar mais tarde, o adiantamento do ordenado e a satisfação de todas exigências tecnológicas dos tempos modernos. Os cartões de crédito entravam na casa das pessoas e muitos perderam a noção dos limites.
Agora há que mudar de vida e regenerar o sistema. Neste quadro e com eleições à vista, eu não preciso de campanhas eleitorais.
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