O castelo ou fortaleza de Juromenha fica situado na margem direita do rio Guadiana, a cerca de 18 km de Elvas e a 16 km da vila do Alandroal, sendo um importante monumento da arquitectura militar portuguesa.
Está classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público desde 1957 e é tutelado pelo IGESPAR - Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico.
O castelo tem um historial muito ligado à luta de Portugal pela sua independência. Foi conquistado ao califado de Córdova por D. Afonso Henriques em 1167, foi perdido e reconquistado pela Coroa portuguesa em 1242. Devido à sua importância estratégica, o rei D. João IV decidiu em 1646 alargar e reforçar o antigo castelo medieval, segundo uma planta de modelo poligonal composto por duas cinturas de muralhas. As obras prolongaram-se pelos anos seguintes e ainda decorriam quando em 1659 explodiu o paiol da pólvora, de que resultou terem perdido a vida uma centena de homens da guarnição e ter ficado arruinada grande parte das estruturas já edificadas. Nos séculos XXIII e XIX a fortaleza foi atacada e ocupada algumas vezes pelos espanhóis e, em 1920 foi abandonada, entrando em decadência e em ruinas.
Sobranceiro ao rio Guadiana e com as águas do Alqueva à vista, o sítio é espectacularmente belo e o enquadramento paisagístico é perfeito, mas a enorme ruina da fortaleza e o seu total abandono são chocantes. A nossa auto-estima revolta-se. O nosso orgulho indigna-se. O património merece muito mais. Esta insensibilidade é obscena. Este desleixo é uma vergonha.
A edição de 5-9-2005 do Diário de Notícias noticiava que existia um projecto orçado em 20 milhões de euros para a recuperação da fortaleza e instalação de uma unidade hoteleira, faltando apenas uma assinatura da Direcção Geral do Património para ser desbloqueada. Passaram seis anos. Não sei quem poderá fazer alguma coisa: o IGESPAR, ou a Câmara Municipal do Alandroal, ou ambos?
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