Hoje disputa-se um jogo de futebol entre o S. L. Benfica e o F.C. Porto e toda a comunicação social dedica muito espaço e muito tempo a esse acontecimento, como resposta ao interesse público que desperta. Porém, quando estivermos a ver o jogo, não podemos deixar de anotar que quase não há jogadores portugueses em campo e de pensar no significado desportivo e económico desse facto.
O Correio da Manhã titulava hoje que os chamados "três grandes" pagam 11 milhões de euros por mês em salários e que, nos últimos anos, os encargos com os jogadores dispararam. Esse tipo de encargos é assustador pois conduz a um endividamento excessivo que, em relação a esses três clubes, já passa dos mil milhões de euros e que está a ser agravado com juros cada vez mais elevados. Ora, os modernos clubes de futebol são empresas e, como tal, não são eternas pois nascem, crescem e morrem.
O seu modelo de financiamento assenta em receitas televisivas e de bilheteira, na venda de patrocínios e de merchandising e, ainda, na venda de direitos desportivos de jogadores. Este modelo está ameaçado pois há cada vez menos público nos estádios, menos patrocinadores, menos merchandising e menos possibilidade de recorrer à banca, o que pode originar muitos problemas no futuro próximo.
Os habituais perdões do Estado - a tal promiscuidade entre o futebol e a política – os negócios e os totonegócios, os estádios que ainda estamos a pagar, os activos fictícios e outras habilidades, já não são solução.
Pede-se aos dirigentes que repensem tudo isso, para que não nos apareça por aí mais uma troika especializada em futebol. Por favor, não nos estraguem o nosso futebol!
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