O governo tem em mãos um enorme e exigente desafio nos planos técnico, político e social. Esse desafio implica unidade e coesão nas respostas, mas também a criação de uma imagem de competência e de equidade, que seja compreendida e assumida pela população. Porém, os sinais transmitidos para o exterior alimentam a dúvida e a inquietação, porque geram desconfiança, desmotivação e desânimo. Acumulam-se sinais negativos observáveis nos indicadores económico-sociais, mas também no excesso de viagens feitas pelos dos nossos governantes.
O jornal i investigou essas viagens e publicou os resultados da sua pesquisa na edição de 16 de Março. São surpreendentes. Não se compreende como nos 231 dias decorridos de Junho a Dezembro de 2011, os membros do governo tenham efectuado 246 viagens e tivessem gasto um milhão de euros em deslocações ao estrangeiro.
O MNE é o campeão das viagens. Antes andava de feira em feira. Agora é mais sofisticado e anda de aeroporto em aeroporto. De sala VIP em sala VIP. É o nosso frequent flyer que acumula pontos sem se saber para quê. Nem Mrs. Clinton viaja tanto. É um caso enigmático. Sendo o mais experiente e talvez o mais talentoso membro do governo, nunca cá está para dar a cara e co-responsabilizar-se pela acção governativa. Em 231 dias gastou 291.400 euros em 58 viagens! E tem continuado. Não sei se é no interesse do governo ou do país, mas certamente que é no seu interesse pessoal. Não sei que objectivo ou que lugar persegue, mas seguramente que procura qualquer coisa. Vai a todas. Não pára. Nós pagamos. Por este caminho vai entrar no livro do Guiness World Records.
Sem comentários:
Enviar um comentário