O mês de Agosto revelou-se catastrófico para a Espanha em termos ambientais devido aos incêndios florestais, que foram os mais graves que aconteceram na última década. O país confronta-se com a pior seca dos últimos setenta anos e, desde Janeiro, já arderam mais de 132 mil hectares de floresta e vegetação. A persistente seca, combinada com uma vaga de calor vinda de África e com a incúria dos homens, tem feito eclodir numerosos focos de incêndio e há centenas de bombeiros, ajudados por militares e civis, que lutam contra as chamas, sobretudo na Galiza, Catalunha, Alicante, Ilhas Canárias e Costa do Sol. Arderam ou estão a arder milhares de hectares, muitas zonas habitadas foram invadidas pelas chamas e já há alguns milhares de desalojados. A situação parece ter atingido maior gravidade na Costa do Sol e, especialmente, em Málaga, onde os especialistas afirmam que serão necessários cinquenta anos para superar os danos ecológicos que já aconteceram. Nos últimos dias, os jornais espanhóis parece terem ignorado a grave crise económica e financeira espanhola para se concentrarem no drama dos incêndios, especialmente os jornais da Andaluzia, que chamam o assunto às suas primeiras páginas e escrevem: “Arde o coração turístico de Espanha”, “O fogo cerca a Costa do Sol”, “As chamas devoram Málaga” ou, simplesmente, “Catástrofe”, como titula a edição de hoje do Málaga Hoy. Aqui, também temos as mesmas vulnerabilidades, pelo que há que evitar situações como a que se verificou no passado mês de Julho no Algarve, quando arderam cerca de 25 mil hectares de floresta e mato, ficando muitas dúvidas quanto à eficiência do combate.
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