quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Parece que vamos de mal a pior... ou não?

O relatório global do World Economic Forum, que acabou de ser divulgado, mostra que Portugal caiu quatro lugares na lista dos países mais competitivos em termos económicos, passando de 45.º em 2011 para 49.º em 2012. O mesmo relatório refere que a queda de competitividade portuguesa se deveu à crise da dívida soberana e à consequente deterioração do ambiente macroeconómico, não só de Portugal, mas em todas as economias do Sul da Europa. Embora estas listas ou rankings não tenham grande significado, não deixam de revelar situações bem curiosas. A primeira é que estamos a viver numa crise que é europeia ou mesmo global, mas não foi esse o diagnóstico dos assessores nogeira e catroga, antes de se encaixarem na Caixa e na EDP. A segunda é que já não bastava a dívida e o desemprego que aumentam, ou o défice que não desce, ou o investimento que está parado, ou a preocupante crise da banca e a atrofia do pequeno comércio, ou até esta melancolia que se apossou dos portugueses. Agora verificamos que até a competitividade piorou. Tudo isto é muito preocupante. A tarefa é muito difícil porque o mal já vem de muito longe, mas não foram eles a anunciar que não era necessário cortar subsídios e subir impostos, pois bastaria cortar gorduras? Afinal, embora falem de ajustamento, eles fazem um esmagamento e sufocam-nos. Não acertam. Parece que vamos de mal a pior... ou não? Por isso, recordo cada vez mais vezes o episódio do “velho do Restelo” do Canto IV d’Os Lusíadas:
Ó glória de mandar! ó vã cobiça / Desta vaidade a quem chamamos fama!
………………….
A que novos desastres determinas / De levar estes Reinos e esta gente?

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