O anúncio das linhas orientadoras do Orçamento do Estado para 2013 provocou uma generalizada onda de apreensão em todos os sectores da sociedade portuguesa que os jornais e as televisões têm destacado. Alguns títulos são bem expressivos:
Nem os funerais escapam. A marretada de Gaspar na classe média. Novo IRS esmaga famílias. Dói.
Nem os funerais escapam. A marretada de Gaspar na classe média. Novo IRS esmaga famílias. Dói.
As declarações críticas sucedem-se a partir de todos os quadrantes políticos: ofensa ao povo português, sismo fiscal, arma de arremesso mortífero, bomba atómica, devastador, reconhecidamente penoso. É o enorme aumento do IRS através da alteração de escalões e a brutal redução dos contratos a termo na função pública. São os subsídios de desemprego e de doença que passam a pagar impostos, as avaliações de casas que fazem disparar o IMI, o fim das deduções e dos benefícios fiscais. São as privatizações e as concessões que desafiam as regras da boa gestão económica.
Faz impressão ver o governo anunciar aumentos de impostos quase todas as semanas, sem qualquer sensibilidade social e a revelar incompetência e impreparação. São uns contabilistas da treta e nem sequer são um grupo de bons rapazes. Navegam à vista e revelam que actuam sem estratégia, sem terem avaliado o seu programa, as medidas, os efeitos e os riscos das suas políticas. Governam numa humilhante sujeição à troika e aos seus funcionários. Impõem uma austeridade que nos entala e a sua receita não é apenas um disparate económico, mas é também uma ratoeira que empobrece o país, que aumenta o desemprego, que agrava a dívida pública, que leva as empresas à falência, que esmaga as famílias e que destrói a coesão social. Esta austeridade mata-nos e fere a dignidade de uma nação com nove séculos de história, devido à ignorância desta rapaziada que circula à volta do gaspar. Há que pagar as dívidas? Claro, mas há que adoptar outros caminhos.
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