quinta-feira, 28 de março de 2013

Os outros que aguentem!

O governo tem imposto um duro programa de austeridade aos portugueses, de que tem resultado uma sucessão de desgraças, tais como a recessão económica, o aumento da dívida pública e do défice orçamental, o empobrecimento, a deterioração do tecido empresarial, e, ainda, a incerteza e a falta de confiança quanto ao futuro. Mais do que aquilo que mostram as estatísticas, somos confrontados com a recessiva realidade que se depara aos nossos olhos. A austeridade tem implicado um brutal aumento do desemprego e uma substancial perda de rendimentos dos trabalhadores e dos pensionistas. Porém, a austeridade não é para todos. Perante o programa de privatizações inscrito no Memorando de Entendimento assinado com a troika e de outras anunciadas privatizações de iniciativa governamental como a RTP e os CTT, o governo decidiu contratar o economista António Borges como consultor para esta área. Porém, o professor e antigo vice-presidente do PSD decidiu “esconder-se” atrás da sua empresa de consultoria e “sacar” ao Estado a quantia de 300 mil euros anuais mais IVA, acrescidos do reembolso de despesas “indispensáveis para a concretização do trabalho e previamente autorizadas, designadamente no caso de viagens ao estrangeiro, as quais deverão ser documentadas e respeitar as normas aplicáveis ao sector público”. É sempre a mesma coisa: “rapar o tacho” todo e escapar ao fisco. São estes os amigos da nação. Eles. Os outros que aguentem! Como não lhe basta a exorbitância que o Estado lhe paga e a isenção de impostos de que beneficia por ser funcionário do FMI, no ano passado o economista Borges recebeu 50 mil euros pelo seu cargo de administrador não executivo do grupo Jerónimo Martins. Os outros que aguentem! Há gente cuja arrogância e ambição não tem limites. São muito pequeninos. Vulgares.

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