A edição de hoje do The Daily Telegraph destaca que "em
cada nove escolas primárias e secundárias inglesas há uma em que o inglês já não
é a primeira língua", mas acrescenta mais: um milhão de alunos falam inglês como segunda língua e um em cada cinco alunos não falam inglês em casa. Essa realidade está a preocupar as autoridades
inglesas, mas trata-se de um fenómeno que também está a acontecer noutros países
europeus e que merece reflexão.
A notícia partiu de um inquérito realizado no Reino Unido como parte do recenseamento escolar anual, ao qual responderam 15.288 escolas primárias e secundárias
com informações sobre a língua materna ou a primeira língua dos seus alunos. Verificou-se
que em 1.755 escolas frequentadas por um total de 835.174 estudantes havia uma
minoria de falantes de inglês e apurou-se que as línguas mais faladas pelos
alunos eram urdu, bengali, punjabi, somali, polaco, hindi, gujarati, tamil, português,
árabe e espanhol. A pequena cidade de Reading, situada no condado de Berkshire
nos arredores de Londres, é chamada a “babel dos dialectos” pois verifica-se
que as crianças da cidade falam mais de 150 línguas e dialectos nas suas casas.
O problema é conhecido na generalidade dos países europeus e resulta da
atracção que a União Europeia continua a exercer sobre muitas populações, não só
da sua periferia, como
também do norte de África, da antiga Índia Inglesa e de outras regiões. Há que lhe dar muita atenção. Para os
países receptores é necessário um esforço para proteger a diversidade cultural
e assegurar a coesão social, o que implica o reconhecimento do multiculturalismo e,
reciprocamente, é necessário que os emigrantes também se obriguem a um esforço de
integração e que respeitem as sociedades de acolhimento e as culturas locais. Esse é um dos grandes desafios
do nosso tempo a merecer debate e reflexão, pelo que a notícia do The
Daily Telegraph é mais um alerta.
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