As manifestações de
protesto são uma forma de intervenção muito frequente em Espanha e, nos últimos
dias, a cidade de Madrid sido palco de muitas, com destaque para a que ocorreu
no passado sábado em que participaram milhares de pessoas vindas de todas as
regiões de Espanha, convocadas pelas Marchas da Dignidade, um movimento que
reúne 300 organizações que protestam contra a situação de "emergência
social" que atravessa o país, onde o desemprego está nos 26%. A saúde,
educação, o desemprego, a corrupção e os despejos foram os principais temas do
manifesto que esteve na base desta convocatória que até exigiu o não pagamento
da dívida pública espanhola. “Marchamos pela dignidade” e "nem desemprego,
nem exílio, nem precaridade”, foram as palavras de ordem mais ouvidas numa
“marcha cidadã que encheu a capital de dignidade”. Porém, desta vez aconteceram
confrontos entre os manifestantes e a polícia, com lançamento de petardos e cargas
policiais, daí resultando 101 feridos ligeiros, entre os quais 67 polícias e,
ainda, 29 detidos por actos de vandalismo, como apedrejamentos e destruição de
montras de entidades bancárias. Nos últimos anos, o desespero tomou conta de
milhões de espanhóis porque o governo impôs um violento programa de austeridade
que cortou muitos milhões de euros nos orçamentos da saúde e da educação, ao
mesmo tempo que, só em 2013, mais de 35 mil famílias foram despejadas das suas
casas por não conseguirem continuar a pagar as hipotecas aos bancos.
Sempre me
pareceu que a situação económica e social espanhola é bem mais complicada do
que a situação portuguesa, mas enquanto eles souberam defender a sua soberania
e rejeitaram a humilhação da troika,
aqui no rectângulo bem sabemos quem chamou e se deixou humilhar pela troika. O título do El Mundo é esclarecedor.
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