A actividade
política é (ou deve ser) uma causa nobre de serviço à comunidade, em que os
melhores de todos nós exercem funções governativas para administrar o país de
acordo com as regras constitucionais, também escolhidas por todos nós, as quais
estão expressas na Constituição.
Governar é, portanto, um serviço que alguns cidadãos prestam à comunidade
durante um período limitado, embora se verifiquem sempre alguns casos de
pessoas que em vez de servirem a comunidade, se aproveitam da circunstância e
se servem dessa mesma comunidade. Quem exerce funções governativas deve estar
acima de todas as suspeitas e de todos os erros e, por isso, a nossa história política
mostra-nos inúmeros exemplos de homens e mulheres de grande dignidade, que se
demitiram da sua função governativa apenas porque sobre eles recairam suspeitas
de comportamentos incorrectos ou porque erraram nas suas decisões. Não pode ser
de outra maneira. Tem que ser assim.
Esta semana
aconteceram dois casos lamentáveis a juntar a tantos outros que perturbam o
nosso quotidiano e deixam muitos portugueses desorientados e desmotivados, mas
também com cada vez menos confiança nos políticos que nos governam: o programa
Citius não funcionou e a Justiça bloqueou, ao mesmo tempo que a fórmula de
colocação dos professores estava errada e a Educação também bloqueou. Eram duas acções importantes e ambas
falharam. Como disse o comentador Marcelo foi "a bagunça na Educação e na Justiça". Os ministros Crato e Teixeira da Cruz não foram competentes. Falharam
gravemente e não tiveram a dignidade de se demitirem. Não tiveram coragem para
assumir responsabilidades. Mostraram ser muito pequeninos. Escolheram ficar
agarrados aos seus lugares como se nada de grave tivesse acontecido. E vieram
pedir desculpa publicamente, como se o perdão existisse na vida política. Na política os
erros pagam-se. E eles, tal como os caloteiros,
esquivaram-se ao pagamento. Que tristeza de gente esta.
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