terça-feira, 11 de agosto de 2015

As touradas e as colhidas dos matadores

Vários jornais generalistas espanhóis, sobretudo de Aragão e da Andaluzia, destacam hoje a gravíssima colhida ontem sofrida por Paquirri na praça de touros de Huesca, durante as Fiestas de San Lorenzo. Os títulos dos jornais são coincidentes: muy grave.
Apesar da chamada festa brava despertar enorme entusiasmo e grandes paixões na Espanha, uma ocorrência deste tipo não costuma ser destacada nas primeiras páginas de tantos jornais, até porque há outras notícias de grande relevância na economia, na sociedade e no desporto espanhóis.
No entanto, a colhida de Paquirri parece ter sido mais mediatizada do que  os incêndios, as eleições catalãs ou a disputa da supertaça europeia entre o Barcelona e o Sevilha. Esse destaque jornalístico resulta, sobretudo, da notoriedade de Francisco Rivera Ordóñez, conhecido no meio tauromáquico por Fran Rivera ou Paquirri, cujo nome está associado a duas das maiores lendas do toureio espanhol: António Ordóñez, seu avô materno, e Francisco Rivera Pérez, “Paquirri”, seu pai, mortalmente colhido em Córdoba em Setembro de 1984.
A colhida de Francisco Rivera Ordóñez emocionou os espanhóis e fez lembrar a morte de seu pai Francisco Rivera Pérez, mas  as notícias de última hora informam que após uma intervenção cirúrgica realizada na própria praça de touros de Huesca, que durou duas horas e meia, o diestro estará livre de perigo. Só não sabemos por quanto mais tempo e em nome da sua identidade cultural, os espanhóis resistirão a este tipo de massacres como aconteceu ontem em Huesca, na Comunidade Autónoma de Aragão.

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