Desde há muitos
anos que as bolsas deixaram de ser um instrumento de financiamento das
empresas, para passarem a ser verdadeiras catedrais da especulação financeira e
autênticos campos de batalha entre os grandes interesses capitalistas, onde se
jogam as grandes variáveis económicas do comércio internacional, como o valor
da moeda e o preço das exportações. É assim em todo o mundo.
Ontem foi uma
“segunda-feira negra”, quando as bolsas chinesas entraram em queda, perderam
8,46% e arrastaram consigo as bolsas mundiais, isto é, a China tossiu e os
mercados financeiros mundiais tremeram com as bolsas europeias a perder cerca
de 5%. Desde 2008 que não se assistira a semelhante turbulência. Houve um
pânico generalizado e a economia mundial viu serem ressuscitados os seus cenários
mais negros. Afinal, tal como tinha acontecido em muitos outros países, também
havia uma bolha chinesa.
Em Portugal,
segundo informa o Público, a bolsa portuguesa desvalorizou 3 mil milhões, o índice
PSI-20 registou uma queda de 5,8% que foi a pior desde Outubro de 2008 e o petróleo
caiu para o preço mais baixo dos últimos seis anos. Acontece que este
pânico tem pouco impacto directo em Portugal, que é uma economia pequena e
periférica, sendo a sua bolsa ainda mais pequena e mais periférica, embora haja
quem prometa “colocá-lo entre as dez economias mais competitivas do mundo”. Porém,
houve tanto investimento chinês em Portugal e os nossos dirigentes fizeram tantas
“visitas de Estado” à China que, por essas vias, até podemos estar à mercê de um
qualquer vendaval que sopre daqueles lados, onde haverá muitos dos “nossos
amigos” que mostraram uma pujança financeira que não corresponderá à realidade
económica e que, agora, estarão a ser vítimas da sua própria especulação. Ou então, sou eu que não percebo nada disto e o que aconteceu em Xangai foi uma simples brisa. Como sabiamente disse o Papa Francisco, "esta economia mata".
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