Aproxima-se o dia
27 de Setembro em que se vão realizar as eleições regionais na Catalunha e em que,
mais importante do que escolher o novo Parlamento e o futuro Chefe do Governo,
os catalães vão expressar a sua vontade quanto à sua independência e à separação
da Espanha. De acordo com o que se vai lendo na imprensa espanhola, em que uma
parte está alinhada com o soberanismo catalão e outra parte com o centralismo
madrilista, as intenções de voto nas duas correntes estão muito próximas e o
resultado eleitoral é imprevisível.
Porém, a diplomacia
espanhola tem estado muito activa e até Filipe VI visitou Barack Obama,
sucedendo-se declarações dos maiores líderes ocidentais, como salientou na sua
primeira página o diário conservador ABC, um dos periódicos que mais tem
atemorizado os catalães com os riscos da sua deriva independentista. Ontem, o
jornal juntou declarações de Barack Obama - “queremos
uma Espanha forte unida”, Angela Merkel – “há que respeitar a legalidade internacional”, David Cameron - “quem se separa já não faz parte da União
Europeia”, François Hollande – “desejamos
uma Espanha forte e unida como agora” e Jean-Claude Juncker - “a Europa não aceita uma Catalunha
independente”.
Não é habitual um jornal tomar uma posição editorial tão afastada da
neutralidade, da verdade, do rigor, da isenção e da independência, que devem ser as normas jornalísticas por excelência. Porém,
neste caso e como diria o nosso Luís de Camões, “cesse tudo o que a musa antiga canta, que outro poder mais alto se
alevanta”... Além disso, o jornal é frontal no seu posicionamento, não engana, não insinua, não usa a manha e não vende gato por lebre.
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