Todos nos
lembramos do famoso diktat do homem
do leme que em Julho de 2014, durante uma visita à Coreia do Sul, garantiu a
partir de Seul que “os portugueses podem confiar no Banco Espírito Santo”,
acrescentando que “o Banco de Portugal tem sido peremptório e categórico a
afirmar que os portugueses podem confiar no Banco Espírito Santo dado que as
folgas de capital são mais que suficientes para cumprir a exposição que o banco
tem à parte não financeira, mesmo na situação mais adversa”. Duas semanas depois
a bomba estoirou. Cavaco enganara os portugueses. No dia 3 de Agosto o Banco de Portugal anunciou uma injecção
de capital de 4.900 milhões de euros e a criação de um "banco mau" e
de um "banco bom", que passou a chamar-se Novo Banco. Nesse mesmo
dia, através da ministra das Finanças, o governo garantiu
que os contribuintes não teriam de suportar os custos relacionados com o
financiamento do BES e que a nova instituição seria detida integralmente pelo
Fundo de Resolução, uma pessoa coletiva de direito público criada em 2012, que
funciona junto do Banco de Portugal.
Passou um ano e está tudo na mesma ou pior. Entre Agosto e
Dezembro do ano passado o Novo Banco registou prejuízos de 467 milhões de euros
e, no primeiro semestre de 2015, o prejuízo foi de 252 milhões de euros. É
obra! Entretanto, o Banco de Portugal que, como alguém disse, sabe tanto da
venda de bancos como o Jorge Jesus de literatura portuguesa, tratou de
contratar assessores e consultores por ajuste directo e a respectiva factura já
atinge 20 milhões de euros. Um regabofe!
Mesmo a poucas
semanas das eleições legislativas, o governo quer vender tudo e depressa mas,
como diz o ditado popular, “depressa e bem não há quem”. Além disso, nem a
Anbang, nem a Fosun, nem a Apollo estão realmente interessadas num negócio em
que são imprevisíveis os custos das litigâncias e das imparidades. Apesar da
confidencialidade do processo de venda, é hoje evidente que o Estado não vai
recuperar os 4.900 milhões de euros que, obviamente, serão pagos pelos
contribuintes através das mais diversas formas. Ninguém tem dúvidas disso.
Aqueles que disseram o contrário mentiram ou são absolutamente incompetentes.
Alguns deles ainda têm o atrevimento de aparecer na televisão a embrulhar as suas responsabilidades. Que impunidade e que grande farsa!
Bem, o Jorge Jesus ao que parece é um bom treinador de futebol, que é para isso que lhe pagam e a mais não é obrigado.
ResponderEliminarQuanto aos figurões aqui referidos, creio que não terão mentido na altura, estudaram foi mal e superficialmente a lição. À porta do exame, perguntaram à pressa ao parceiro do lado resposta para uma questão que ia sair, e o parceiro do lado também não se mexendo bem na matéria, avançou levianamente com uma patacoada "calmante" que por sua vez foi papagueada sem qualquer preocupação de veracidade. Enfim, incompetência, falta de respeito pelos destinatários e amadorismo em coisas muito sérias.