A história dos Panama papers é uma grande tristeza por
muitas razões, apesar de ser um assunto que ainda está por esclarecer. Porém,
há muita coisa que já está a acontecer na Islândia, na Grã-Bretanha, na Espanha,
na Itália, na Colômbia e noutros países, relacionado com esse escritório ou lavandaria que
dá pelo nome de Mossak Fonseca. Muito já se escreveu e muito já se disse sobre
o assunto, mas o facto é que dos “mais de 240 portugueses nas offshores” que o Expresso
ontem anunciou, o jornal apenas indicou três nomes, os quais já declararam não
estar a cometer nenhuma ilegalidade. Vamos a ver quem são os outros 237 e se
também eles cumprem todas as boas regras fiscais e se afinal nada de anormal se passa. O sensacionalismo do
Expresso pode ser um caso de manipulação e de mau jornalismo. Ou a procissão ainda vai no adro? Esperemos para
ver!
Entretanto, os
jornalistas portugueses que têm acompanhado a investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que
pertencem aos quadros do Expresso e da TVI, parece que estão a anunciar nomes a
conta-gotas, provavelmente para alimentar as suas audiências e fazer o jeito aos seus patrões. Se é
assim, isso não é jornalismo. Esses jornalistas, ou não sabem mais nada sobre o
assunto e, nesse caso, a montanha pariu um rato
ou, então, sabem algo mais e esconderam o que sabem numa qualquer offshore jornalística até que seja mais
conveniente para alimentar as audiências.
Paralelamente, as
televisões encheram-se de sábios e de especialistas a comentar o escritório de
Mossak Fonseca. Muitos deles têm aparecido a dizer que não há ilegalidade
nenhuma nas offshores e deixam no ar
a ideia de que afinal não há rapazes maus na nossa terra., isto é, antes de
saberem o que se passa, já estão a branquear os eventuais depositantes no
Panamá. Tudo isto é realmente uma grande tristeza!
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