O relatório
Chilcot sobre a invasão do Iraque em 2003 surgiu no Reino Unido como uma bomba
e veio mostrar que a intervenção militar anglo-americana e dos seus aliados se
baseou na mentira e na grosseira manipulação das opiniões públicas. A conclusão do relatório é muito severa para o governo
de Tony Blair, alegando que o antigo primeiro-ministro britânico decidiu a
invasão sem antes ter esgotado todas as outras opções disponíveis e exagerou,
de forma deliberada, a ameaça que o regime de Saddam Hussein representava. Com
este relatório é agora mais evidente que George W. Bush e Tony Blair
foram responsáveis pela guerra do Iraque e pela destruição do país, pelo
afastamento de Sadam Hussein, pela morte de 150 mil pessoas e pelo início de um
processo de destabilização que se estendeu do Iraque por vários outros países. Ainda
é cedo para que a História registe o que realmente se passou e conduziu a uma
guerra que mudou o Médio Oriente e o mundo, que já destruiu países como o Iraque, a Líbia
ou a Síria e que abriu as portas a novas ameaças que estão a entrar pela
Europa.
Na Cimeira dos
Açores realizada na tarde do dia 16 de Março de 2003 estiveram Bush, Blair,
Aznar e Durão Barroso e quatro dias depois foram iniciados os bombardeamentos
de Bagdad. A Espanha não ficou indiferente ao Relatório Chilcot. Ontem El
Periódico publicou a fotografia “oficial” da Cimeira dos Açores (da
qual excluiu Barroso, o mordomo), salientando a participação de José Maria
Aznar. Hoje o 20 minutos retoma o assunto com uma imagem de Aznar na sua
primeira página, dizendo que ele é
citado 11 vezes no relatório e que “estava muito a favor de ir com a guerra
para diante”. Significa que, mesmo em Espanha, a questão do apoio à invasão do
Iraque não é assunto arrumado. Bom seria que aqui se soubesse qual foi o papel
de Durão Barroso, porque não terá sido apenas mordomo. Era bom que ele
esclarecesse junto de uma comissão de inquérito qual foi o seu papel. Com o seu
servilismo ele “conquistou” então o lugar de Presidente da Comissão Europeia,
onde também deu um bom contributo para a desagregação a que estamos a assistir
na Europa.
Bom, o "nosso" Durão Barroso acabou de ter nestes dias o "merecido" prémio, como bancário (mais banqueiro, certamente).
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