A equipa
portuguesa de futebol cometeu ontem um feito notável ao apurar-se para as meias
finais do Europeu de 2016, ou seja, é uma das quatro melhores equipas de
futebol da Europa. Fartos de austeridades, de humilhações e de ameaças, os
portugueses bem mereciam a alegria que a televisão ontem lhes ofereceu em
directo. Na cidade de Paris e em outras cidades francesas, também os
portugueses viveram um raro momento de orgulho ao verem a Torre Eiffel e muitas
praças iluminadas de verde e vermelho. Ao mesmo tempo, muitos estrangeiros que
costumam desvalorizar o nosso país, tiveram que engolir o sucesso lusitano.
O futebol
tornou-se um fenómeno político e social de importância global e, muitas vezes,
desperta mais interesse do que a política, a economia ou a cultura. É no
futebol que se concentram as grandes emoções nacionais e internacionais, que se
defrontam todas as rivalidades e que se molda a imagem dos povos. Por isso, o
jogo entre Portugal e a Polónia foi noticiado pela generalidade da imprensa
internacional, sendo ilustrada com as fotografias dos abraços felizes dos
jogadores a festejar a vitória obtida no desempate por penalties, depois de um
empate que durou 120 minutos. Naturalmente, a imprensa portuguesa também
dedicou as suas manchetes ao futebol, mas enquanto a chamada imprensa desportiva se concentrou nos
Ronaldos, nos Quaresmas, nos Pepes e nos Sanches, que não deixa de endeusar
diariamente, a imprensa generalista
atribuiu ao guarda-redes Rui Patrício o maior mérito pela vitória sobre os
polacos, pois foi ele que, num memorável voo, adivinhou a direcção da bola e conseguiu
defender o penalti marcado por um tal Kuba. A imprensa costuma ignorar o mérito
dos guarda-redes mas o Jornal de Notícias, o Público e até o correio da manha,
trouxeram Rui Patrício para as suas primeiras páginas.
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