O arquipélago de
Cabo Verde é constituído por dez ilhas, tem uma área total um pouco superior a
4 mil quilómetros quadrados e tornou-se independente de Portugal no dia 5 de
Julho de 1975 com o nome de República de Cabo Verde. Significa que, até 1975,
os seus habitantes eram portugueses e que só a partir de então se tornaram
cidadãos cabo-verdianos.
Apesar dessa
circunstância política, as relações históricas e culturais e as afinidades afectivas
entre Portugal e Cabo Verde mantiveram-se e intensificaram-se, até porque muitos
dirigentes e quadros administrativos cabo-verdianos se formaram em Portugal.
O
progresso económico e o desenvolvimento social cabo-verdianos exigem cada vez
mais quadros devidamente preparados e daí que a procura de estabelecimentos de
ensino superior em Portugal seja grande, o que se traduz num benefício cultural
para ambos os países. Porém, para os estudantes cabo-verdianos que queiram
estudar em Portugal o processo é um “calvário”, como se lhe refere o semanário A Nação,
pois os estudantes não só têm que apresentar um processo de candidatura à
instituição que desejam frequentar, como também precisam de um visto consular
que, entre outras exigências, obriga à apresentação de um termo de
responsabilidade assinado por alguém que resida em Portugal o que, no mínimo, é
ridículo. Por isso, o jornal afirma que estudar em Portugal se está a
transformar numa “miragem” e pergunta se “Portugal quer
mesmo formar cabo-verdianos nas suas universidades”.
O problema não é novo, nem tão pouco é exclusivo nas relações entre
Portugal e Cabo Verde. Por isso, esta situação dos estudantes que não são
emigrantes nem turistas, não pode ficar nas mãos de uns funcionários consulares
burocratas e incompetentes, mas tem que ser resolvido ao mais alto nível pelo
Ministério dos Negócios Estrangeiros. Para bem do futuro das relações entre os
dois países.
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