quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

A grande ilusão do carnaval já terminou

Depois de vários dias de festa, sobretudo na Europa do sul e na América Latina, o carnaval de 2018 terminou. Pelo que se viu nas televisões houve muita alegria e diversão, muita imaginação, muita crítica social, muita despesa e muita vontade de esquecer as dificuldades do quotidiano. Terminou a grande ilusão do carnaval e a festa foi um momento de sonho que findou, pra tudo se acabar na quarta-feira, como escreveram e cantaram Vinicius de Moraes e Martinho da Vila.
O carnaval é uma festa com origens muito antigas no cristianismo e acontece antes da Quaresma, exprimindo-se através da fantasia ou do disfarce em que as pessoas mudam a sua aparência, a sua identidade e participam em grandes e animados desfiles públicos. Nos últimos tempos, o carnaval perdeu uma parte da sua espontaneidade popular e entrou na era da indústria turística porque é preciso cada vez mais imaginação para atrair os turistas no Rio ou em Tenerife, em Loulé ou em Torres Vedras.
Naturalmente, o maior carnaval do mundo acontece no Rio de Janeiro e, neste ano, brilhou o Grémio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor ou Beija-Flor de Nilópolis, a escola de samba do município de Nilópolis, no Rio de Janeiro, que pela 14ª vez se sagrou como a grande campeã do carnaval de 2018.
Porém nisto de carnaval, nada me parece tão oportuno como o texto d’A Felicidade, o celebrado poema de Vinicius de Moraes:

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira

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