Ainda se sucediam
as justas declarações elogiosas sobre a vida e a obra de António Arnaut, quando
fomos surpreendidos pela morte de Júlio Pomar, que nos deixou aos 92 anos de
idade e era um dos mais inspirados pintores do modernismo e uma figura fundamental da arte portuguesa.
Ao longo de sete décadas de actividade não foi apenas
a arte nas suas múltiplas facetas que o atraiu, pois foi também um democrata
convicto e um homem de grande empenho social e político, de que resultou ter
sido preso pela PIDE nos anos 1950 e ter passado quatro meses no Forte de
Caxias, ao lado de Mário Soares, de quem ficou amigo.
Na
sua multifacetada obra destacam-se os temas do erotismo, do fado e da tourada
mas, sobretudo, os retratos, em especial os que fez de Fernando Pessoa e de Mário
Soares, que figura na galeria dos Presidentes do Museu da Presidência da República.
Em 2013 a
sua vasta obra foi depositada no Atelier-Museu Júlio Pomar, uma iniciativa da Câmara
Municipal de Lisboa, onde pode ser visitada pelo público.
O
percurso artístico de Júlio Pomar e o tempo que viveu em Paris, tornaram-no um ícone
da arte contemporânea portuguesa e a sua partida é um momento triste para a cultura
portuguesa.
Os principais
jornais portugueses prestam-lhe hoje uma justa homenagem nas suas edições, a
que me associo.
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