Decorreu um ano
sobre o dramático incêndio de Pedrógão Grande e alguns jornais evocaram esse
fatídico dia em que algumas dezenas de pessoas perderam a vida e muitos
hectares de floresta foram devorados pelo fogo. Foram dias trágicos que vieram
a repetir-se em Outubro e, embora o que se passou tenha causas tão diversas
como a falta de planos de protecção contra incêndios florestais, ou um
ordenamento florestal inadequado, ou as alterações climáticas ou, ainda, o
desleixo das populações, todas as críticas se dirigiram contra o governo e, de
forma especial, contra a então Ministra da Administração Interna. Foi lamentável
o aproveitamento político que alguns então quiseram fazer da tragédia.
Entretanto, os
fogos florestais não são apenas um problema português e grandes áreas
florestais em Espanha também têm sido consumidas pelo fogo. Por isso, a secção
espanhola do Greenpeace publicou esta
semana um documento intitulado “Protege el bosque, protege tu casa” em que analisa
as causas da nova era de incêndios de alta intensidade dos últimos anos e
denuncia a falta de planos de prevenção, emergência e auto-protecção contra
incêndios florestais em Espanha, um problema que já está classificado como
emergência social. O estudo cita os incêndios do camping e do parque de Doñana de Mazagón e do trágico incêndio de
Pedrógão Grande.
O documento foi
publicado pelo jornal el Correo de Andalucia e constitui
uma chamada de atenção para todos os agentes públicos e privados envolvidos
neste problema, desde a população que constrói casas no meio da floresta e não
cuida da limpeza dos seus espaços florestais, até ao abandono rural e às
alterações climáticas. O documento refere que “não é uma situação única de
Espanha” e que “países como Portugal, Chile, Austrália, África do Sul e Estados
Unidos têm sofrido grandes incêndios de altíssima gravidade”. Trata-se,
portanto, de um problema ambiental que afecta a segurança nacional e que em
Portugal se espera possa ser enfrentado este ano com mais eficiência do que aconteceu em 2017.
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