A Cimeira de Helsinquia entre Donald Trump e Vladimir Putin que ontem se
realizou, deu origem a uma invulgar troca de elogios e de promessas de
cooperação para resolver alguns problemas mundiais, que só pode constituir
motivo de satisfação para todos os que desejam a paz no mundo.
O jornal espanhol ABC publica hoje uma fotografia dos
dois líderes e escolheu para título da sua primeira página a frase “tan amigos”.
De facto, tudo parece ter corrido bem neste encontro que gerou muito optimismo
e até fez subir as bolsas mundiais. Putin negou qualquer interferência russa
nas eleições presidenciais americanas de 2016 e Trump disse que a relação entre
os dois países “nunca esteve pior”, referindo que a atitude americana face à
Rússia tem sido de “loucura e estupidez norte-americana, a maldita caça às
bruxas”.
Dois dias antes, o Donald tinha intensificado o seu ataque à União Europeia
que classificou como inimiga e essa declaração encheu os jornais de todo o
mundo. Estamos, portanto, perante um Donald que num dia pede mais dinheiro
para investir na NATO e na defesa da Europa, que no outro declara a União Europeia como
um inimigo e que, no outro, elogia o líder russo e promete reforçar as relações
bilaterais. É uma verdadeira confusão o que o Donald diz.
No passado dia 12 de Julho, a propósito da Cimeira da NATO em Bruxelas,
escrevemos aquí que era necessário definir quem é o inimigo da NATO e este
encontro entre Trump e Putin, mostra exactamente isso. Porém, os inúmeros
comentadores que enchem as televisões continuam sem perceber que o quadro
estratégico da Guerra Fria já está ultrapassado e continuam a falar como
verdadeiros papagaios de uma realidade que já não existe.
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