No mês de Agosto
os portugueses perdem a cabeça, vão de férias, enchem as praias, não perdem nem
festas nem romarias e, como se fossem poucos, ainda vêm os emigrantes para aumentar
a confusão. Antigamente quem não queria a confusão de Agosto ficava-se pela
calma das cidades desertas, mas de há uns tempos para cá vieram os turistas e o
país que já era pequeno, ainda ficou menor.
As festas e
romarias fazem parte da identidade portuguesa ou, como por vezes se diz, são a
essência da alma portuguesa e os poderes locais que são os Municípios, estão na
primeira linha na organização de festas para animar os seus municípes e para
atrair visitantes, sobretudo em períodos eleitorais ou pré-eleitorais. O jornal
i foi estudar o assunto e concluiu que no mês de Agosto os Municípios portugueses
gastam milhões de euros em concertos de verão, revelando os chachets pagos contratualmente a muitos
artistas, embora a essas despesas contratuais haja que somar as despesas com palco, equipamentos de som,
fogo-de-artifício, publicidade e até segurança, para além dos incontornáveis imprevistos.
É muito dinheiro, mas o problema não é apenas uma questão
de custo/benefício destas despesas/investimentos que são feitos pelas
autarquias, que são entidades públicas e que manuseiam dinheiros públicos. É
também um problema de qualidade e, de
facto, bastou ver os artistas apresentados pela RTP durante os programas que recentemente
acompanharam a Volta a Portugal em bicicleta para se ter uma ideia da foleirice,
da brejeirice e da falta de qualidade de muita gente que se faz passar por
artista.
Portanto, há que alimentar as euforias de Agosto que são bem ao gosto
português, mas há que separar o trigo do joio.
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