A caixa que mudou
o mundo, fórmula que os profissionais da televisão gostam de usar para
valorizar o seu trabalho, é o mais poderoso meio de comunicação de massa do
mundo moderno, abrindo janelas, quebrando fronteiras e divulgando informação
cultural, económica e política. Nessas circunstâncias, a televisão tornou-se
uma presença permanente nas sociedades contemporâneas e o seu poder de formar e
de informar, mas também de educar e de divertir, são enormes nas modernas
sociedades, em que há dezenas de canais televisivos ao dispor do público, uns
generalistas e outros temáticos. Em Portugal também é assim, embora o espectro
televisivo seja dominado por três grandes canais: a RTP, a SIC e a TVI.
Porém, nos
últimos tempos, todos estes canais enveredaram por uma programação medíocre,
muitas vezes a roçar a foleirice, enchendo manhãs e tardes com programações em
que são cultivados os valores mais rascas da nossa realidade cultural. Há,
evidentemente, algumas excepções honrosas a essa mediocridade, mas são cada vez
mais raras.
No plano
informativo, a programação destes canais parece estar entregue a estagiários a
quem foi imposta a missão de criar factos controversos ou sensacionalistas, em
vez de relatar a verdade com isenção e rigor. Chega a parecer que ninguém tem
mão na situação e que não há responsáveis pela verdadeira desgraça que é a
informação televisiva, muitas vezes manhosa e desonesta. Nos seus alinhamentos
noticiosos, os nossos canais televisivos repetem muitas vezes, dezenas de
vezes, a mesma notícia, mesmo quando a realidade já ultrapassou a situação
noticiada. Assim, tornou-se normal que um espectador veja uma mesma notícia
vezes sem conta e durante vários dias, seja a declaração de um político ou um
golo no futebol, uma anomalia na CP ou um abraço presidencial.
Como diria um
amigo meu, as nossas televisões são uma boa porcaria e oferecem-nos diariamente um
espectáculo demasiado ridículo e manhoso.
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