Brasília assistiu
ontem à tomada de posse de Jair Bolsonaro como o 38º Presidente da República
Federativa do Brasil e, naturalmente, há uma enorme curiosidade no mundo sobre
o que vai acontecer no Brasil, que é o maior país da América do Sul e da
América Latina, o quinto maior país do mundo em área territorial, o sexto maior
em população e, segundo o FMI, está entre as dez economias mais fortes do
planeta.
Portugal esteve
presente através de Marcelo Rebelo de Sousa, que foi o único presidente europeu
a assistir à cerimónia de investidura de Bolsonaro. E fez bem, porque por razões
históricas e emocionais, o Brasil continua
a ser o “país-irmão” e nenhum português é indiferente ao que se passa no
Brasil.
Jair Bolsonaro chegou à
Presidência depois de uma vitória eleitoral expressiva, embora o seu discurso
radical tenha surpreendido aqueles que acompanham a vida política do Brasil,
pelas suas repetidas insinuações e afirmações a respeito do valor da
democracia. Os brasileiros esperam ter encontrado em Bolsonaro a resposta para
a grave crise social que atravessam, marcada pela corrupção, pela criminalidade e pela insegurança,
agravadas por uma persistente crise económica. A cerimónia foi transmitida pela
televisão portuguesa e os portugueses puderam ouvir um discurso nada
conciliador, em que Bolsonaro salientou a frase - "Brasil acima de tudo e Deus acima de
todos", a lembrar o "America first" de Donald Trump. Além disso, também repetiu algumas frases marcadamente ideológicas retiradas da sua
campanha eleitoral, ao afirmar que foi eleito "para restabelecer a ordem
no país", que a bandeira do Brasil "jamais será vermelha" e que
os movimentos sociais terão de se habituar a respeitar "a propriedade
privada".
A tarefa de
Bolsonaro é muito difícil e há dúvidas se vai unir ou se vai dividir o Brasil. Os 210 milhões de brasileiros, tal como os seus amigos
portugueses, vão esperar para ver o que vai fazer o capitão.
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