Nos últimos dias
a imprensa internacional tem destacado uma inquietante subida da tensão entre o
Irão e os Estados Unidos, na sequência da retirada americana do acordo que
limitava o programa nuclear iraniano e da reintrodução de sanções contra o seu
regime, o que levou os americanos a reforçar a sua presença militar na região e a
deslocar para o golfo Pérsico um grupo de combate constituído pelo porta-aviões
USS Abraham
Lincoln com 85 aeronaves, um cruzador lança-mísseis,
três destroyers, um submarino, um navio de apoio logístico e... uma fragata espanhola.
A União Europeia tratou de pedir contenção aos Estados Unidos pois já se ouvem os tambores de guerra, para
evitar uma escalada da tensão na região que produz e exporta uma boa parte do
petróleo mundial, pois está preocupada com o risco de um conflito acidental e
com a imprevisibilidade de Donald Trump, que é pouco confiável em política
externa como se tem visto. Então como é que aparece uma fragata espanhola no
meio desta ameaçadora força naval?
O assunto é tema
de primeira página de toda a imprensa espanhola. Acontece que, por um acordo
celebrado há dois anos, estava previsto que uma fragata espanhola acompanhasse a
força naval americana, como exercício de treino operacional e para comemorar os
500 anos da volta ao mundo de Magalhães-Elcano. Assim, a fragata Méndez Núñez, o único navio não americano
dessa força naval, iria permanecer com a força naval durante seis meses,
acompanhando-a desde o Mediterrâneo e, depois, pelo mar Vermelho, oceano Índico, mar da
China e oceano Pacífico, até à sua base de San Diego, após o que regressaria a
Espanha pelo canal do Panamá, completando uma volta ao mundo. Porém, as
autoridades espanholas decidiram retirar temporariamente a sua fragata desta
força porque a missão que agora lhe foi atribuída não estava prevista no acordo
inicial. A Espanha disse não aos Estados Unidos. A fragata Méndez Núñez não entrará no golfo Pérsico e juntar-se-à depois à força
americana quando esta regressar ao oceano Índico. Os americanos não gostaram,
mas Margarita Robles, a ministra da Defesa espanhola, foi firme: “Habia 28 puertos
previstos en el despliegue y este no entraba dentro de las previsiones”.
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