As Festas de
Lisboa já começaram no início do mês, mas a próxima noite, a noite de Santo
António, é sem dúvida o seu ponto mais alto. Um pouco por toda a cidade, mas
sobretudo nos bairros populares da sua zona histórica, tudo se transforma num
enorme arraial com arcos e balões coloridos e com os grelhadores a assar
sardinhas que espalham no ar o seu agradável cheiro característico. Multidões
de residentes e de turistas entopem as estreitas ruas da Alfama, da Mouraria e
da Graça, esgotando litros de cerveja para atenuar o calor da noite, enquanto o
ensurdecedor som das músicas mais populares de raiz lisboeta gera
congestionamentos sonoros quase insuportáveis. É realmente uma apreciada e colorida festa que anima a cidade.
Num outro palco
apresentam-se as marchas populares que desfilam animadamente pela Avenida da
Liberdade com os seus figurinos, encenações, danças e canções, sob o entusiástico
apoio de milhares de pessoas que aplaudem cada marcha e cada bairro num exercício
de rivalidade pouco comum. A televisão costuma fazer um directo, habitualmente apresentado
de uma forma demasiado popularucha, mas que permite que no conforto doméstico
se acompanhem as marchas e a sua estética e se aprecie o esforço dos
marchantes.
Porém, as Festas
de Lisboa são muito mais do que arraiais, sardinha assada e marchas populares,
pois multiplicam-se as iniciativas, sobretudo musicais. Um dos seus mais
característicos ex-libris são os Casamentos de Santo António, em que 16 casais lisboetas
presumivelmente com maiores carências financeiras, celebram o seu casamento na
Sé de Lisboa com toda a pompa e circunstância, com o apoio da tradição popular
e da Câmara Municipal de Lisboa.
As Festas de
Lisboa sempre foram muito atractivas, mas com tantos turistas que por aí andam,
estão a tornar-se demasiado cansativas, porque já não há espaço, nem sardinhas,
nem paciência para tanta gente!
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