Com 78 anos de
idade e depois de uma vida com cerca de cinco décadas de intervenção pública, faleceu Diogo
Freitas do Amaral e o Governo, muito justamente, decretou um dia de luto
nacional para honrar a sua memória e o seu exemplo cívico, que foi reconhecido
por gente de todos os quadrantes políticos e sociais.
Freitas do Amaral
foi uma personalidade importante da Democracia portuguesa. Em 1967 completou o
seu doutoramento em Ciências Jurídico-Políticas na Faculdade de Direito de Lisboa
e, nesse mesmo ano, iniciou o cumprimento do serviço militar obrigatório na
Marinha, como oficial da Reserva Naval. Na sequência da revolução de 25 de Abril
de 1974 foi o fundador e o primeiro presidente do
CDS, tendo sido deputado à Assembleia Constituinte
e, depois, deputado à Assembleia da República, havendo muita gente que lhe atribui o mérito de ter transformado a direita marcelista
numa direita democrática. Fez parte dos governos da Aliança Democrática entre
1979 e 1983, tendo sido primeiro-ministro interino após a morte de Sá Carneiro.
Em 1986 foi candidato à presidência da República com o apoio do CDS e do PSD,
conseguiu obter 48,8% dos votos mas foi derrotado por Mário Soares. Mais tarde, integrou
um governo socialista como ministro dos Negócios Estrangeiros. Foi, também, o
único português que presidiu à Assembleia Geral das Nações Unidas, o que
aconteceu em 1995-1996 na sua 50ª Sessão.
Hoje,
Freitas do Amaral teve justas honras de Estado e muitas personalidades da política, da
cultura e da academia prestaram-lhe a última homenagem, à qual me associo apesar
de nunca lhe ter dado o meu voto. Porém, ninguém ficou indiferente à hipocrisia de
alguns figurões que marcaram presença nas exéquias dos Jerónimos, com destaque
para aquele que obrigou Freitas do Amaral a arcar sozinho com as dívidas da
campanha eleitoral de 1986 (Cavaco) e para o outro que retirou a fotografia do
fundador do CDS da sede do partido e que a enviou para o Largo do Rato (Portas). Ambos estiveram nos Jerónimos. A
hipocrisia destes dois figurões é inqualificável.
Até da morte há quem se tente aproveitar, procurando fazer dos outros parvos.
ResponderEliminarMaior hipocrisia ainda foi ver um deles a fazer, na TV, o elogio daquele que, de forma vergonhosa, tinha achincalhado em vida
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